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Empoderada ou Virtuosa

EMPODERADA OU VIRTUOSA

(Uma reflexão sobre o papel da mulher cristã)

"A mulher sábia constrói o seu lar, mas a que não tem juízo o destrói com as próprias mãos."

(Provérbios 14:1 - NTLH)

Por mais extremo que possa parecer, é uma triste realidade que se percebe no mundo, especialmente nos EUA e alguns países da Europa, e que está se alastrando pelo Brasil, o fato de que, à medida que as mulheres cristãs vão abraçando o feminismo por um lado, por outro elas vão negando a Palavra de Deus ou a adequando as suas ideologias. Diante dessa triste realidade torna-se fundamental uma análise do “Feminismo à luz da Bíblia“.

O feminismo afirma que a Bíblia é um livro “machista” que retira da mulher seus direitos e resume a vida da mulher em meras “donas de casa”, ou “do lar”, encarregadas das atividades domésticas, como uma empregada que não foi contratada. Acreditam que as mulheres cristãs são acéfalas e alienadas, sem a instrução necessária para confrontar o pensamento “arcaico bíblico”, e por isso se submetem a ele.

 


 

Refletindo sobre empoderamento

Para essa reflexão, iniciemos com o tão propalado “empoderamento”. Segundo a internet “empoderar” é:

“Um verbo que se refere ao ato de dar ou conceder poder para si próprio ou para outrem. A partir do seu sentido figurado, empoderar representa a ação de atribuir domínio ou poder sobre determinada situação, condição ou característica. O ato de empoderar é considerado uma atitude social que consiste na conscientização dos variados grupos sociais, principalmente as minorias, sobre a importância do seu posicionamento e visibilidade como meio para lutar por seus direitos. Um dos atos de empoderar mais conhecido é o empoderamento feminino, ou seja, quando há a conscientização das mulheres de reivindicarem socialmente por igualdades de direito entre os diferentes gêneros.” 

O “empoderamento feminino”, ou “emancipação feminina”, é a “ideologia feminista” como “um conjunto de movimentos políticos, sociais, ideologias e filosofias que têm como objetivo comum: direitos equânimes (iguais) e uma vivência humana por meio do empoderamento feminino e da libertação de padrões patriarcais, baseados em normas de gênero. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias que advogam pela igualdade entre homens e mulheres, além de promover os direitos das mulheres e seus interesses.

Mas, ao longo das décadas, o “feminismo” perdeu seus ideais e se tornou uma ideologia política, que busca de todas as formas superar o “machismo”, não para provocar uma mudança de mente, mas para suplantá-lo, como uma verdadeira revanche, podendo ser chamado de “feminismo radical”, que surgiu dentro da “segunda onda do feminismo”. Assim, o que buscava liberdade e igualdade de tratamento para as mulheres, passou a impor às mulheres “regras de condutas” que, ao longo dos tempos, tem desvirtuado a imagem da mulher para algo que chega a ser grotesco, destruindo relacionamentos e, o pior, afastado a mulher de sua verdadeira posição no Reino de Deus.

A segunda onda do feminismo teve como objetivo a liberação da mulher e teve início na segunda metade da década de 1960 e durou até o final dos anos 1980. Essa onda é marcada pela organização e a luta pela conquista de direitos políticos, e especialmente com a luta pela completa igualdade entre os sexos. O slogan dessa segunda onda foi “O pessoal é político” e identificava o problema da desigualdade como a união de problemas culturais e políticos. Em outras palavras: os problemas pessoais eram políticos, então nessa segunda onda as feministas encorajavam as mulheres a serem politizadas e combaterem as estruturas machistas de poder. Nesse período surgiram nos Estados Unidos expressões como “Liberação das mulheres”. Protestos feministas ficaram associados a essa fase do feminismo.

Essa Segunda Onda também passou a criticar a concepção tradicional da mulher exercendo o papel de mãe e dona de casa. Essa crítica incendiou o cenário social, especialmente nos Estados Unidos, que foi invadido por mulheres que queriam trabalhar e a se sustentarem, sendo “totalmente independentes” e buscando igualdade em questões de trabalho e salários. A partir dessa onda o feminismo passou a lutar tanto pela liberação sexual da mulher, quanto por uma mudança na concepção de que a mulher é mais frágil que o homem e de que a mulher deve ser “esposa” e “mãe”, porque esses papeis, tradicionalmente concebidos, passaram a ser vistos como opressores.

Por fim, a “terceira onda” do  movimento feminista começou na década de 1990, como resposta às supostas falhas do movimento anterior. Esta terceira fase do movimento se apresentou como meio para corrigir as falhas e as lacunas deixadas pela segunda onda. Dentre as questões mais importantes defendidas pelas mulheres dessa fase estão as discussões relativas à questões: cultural, social e política da cor; principalmente a participação da mulher negra na sociedade, porque na segunda fase o movimento se baseava essencialmente nas experiências de mulheres brancas de classe média-alta norte-americanas e britânicas. Então, elas tentaram desassociar o feminismo a esse padrão ou estereótipo. Essa terceira onda também passou a enfatizar que não há diferenças entre homens e mulheres e que os papeis de um e de outro estão socialmente condicionados. Esse movimento foi marcado por diversos questionamentos internos e um olhar crítico das feministas sobre o próprio movimento.

Vale destacar a influência da filósofa francesa Simone de Beauvoir, que escreveu a obra “O Segundo Sexo”, essa obra foi publicada em 1943 e passou a influenciar o Movimento Feminista a partir da segunda onda. Esse é um bom livro para se conhecer as bases do Feminismo Moderno. No livro “O Segundo Sexo”, a autora defende que a condição da mulher na sociedade é uma construção da sociedade patriarcal, que as distinções de papéis entre homens e mulheres são meras construções sociais e não uma questão biológica. A vida de Simone de Beauvoir inclui entre muitas polêmicas sua luta pela legalização da pedofilia, e acusações de abuso sexual de menores. Os pais de uma das alunas de Simone de Beauvoir fizeram acusações formais contra de ela e, como resultado, ela teve sua licença para lecionar na França revogada permanentemente.

 


 

Deus e a igualdade de gênero

Nos povos do Oriente Antigo, uma mulher não podia se expressar, ela era tida como um objeto, de modo que possuir uma mulher ou um camelo era a mesma coisa e, por isso, a mulher também não podia herdar nada, até que algo mudou dentro da Lei mosaica. O primeiro registro de se tratar as mulheres com igualdade aos homens está registrado na história de Israel, na história das filhas de Zelofeade que, não tendo irmãos, foram até Moisés  levando uma petição, reclamando as posses de seu pai. Elas estava se sentindo prejudicadas e foram atrás de seus direitos, isso foi uma quebra de paradigmas para a época, foi algo revolucionário porque elas corriam o risco de serem apedrejadas, mas ousaram buscar justiça, sem andar seminuas pelo acampamento, sem demonstrar “ódio” pela liderança do Povo de Israel  que era formada exclusivamente por homens, sem inflamarem as demais mulheres a “romperem” com seus maridos machistas a fim de criarem um reduto exclusivamente feminino.

Elas, seguindo as regras ditadas pela sociedade de então, foram a quem poderia atendê-las e apresentaram diante do grande juiz Moisés a sua queixa justa a qual foi analisada e ponderada, Moisés não fez pouco caso delas e reconheceu que era justo o que pediam, mas ele não conseguiu dar a elas um parecer imediato. Ele até poderia dar seu veredito e isso se tornaria lei, mas diante daquela situação, Moisés não foi precipitado, não deu uma palavra pronta, ele na verdade ficou em uma “saia justa”, mas como era um homem de oração, levou o caso ao Senhor e Deus concordou com a petição daquelas mulheres, a Lei acabou recebendo um “adendo(Números 27:1-11).

Vemos então Deus determinando a “igualdade de gênero” para a posse de herança determinando a Moisés que se um homem morresse sem deixar filhos homens, sua herança passaria a suas filhas (Nm 27:8; Js 17:3,6). Desta forma, o Senhor, através de Moisés, não somente julgou a causa das filhas de Zelofeade, como também estabeleceu como lei perpétua para ser observada por todas as gerações em Israel, apresentando as exceções e como ela deveria ser executada caso estivesse ausente o legítimo dono do direito e estivessem vivos seus sucessores legítimos, da mesma forma que encontramos hoje em muitas leis concernentes a herança, constantes nos códigos civis ou de propriedade de diversos países.

 


 

Empoderada ou virtuosa

“Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas jóias.”
(Provérbios 31:10)

Enquanto o mundo e suas ideologias desvirtuam tudo aquilo que é perfeito segundo o padrão bíblico, no caso, incutindo nas mulheres a ideia distorcida do propósito de Deus ter criado a mulher, precisamos lembrar da advertência de Paulo em sua epístola aos romanos que nos orienta a não “tomarmos a forma do mundo”, ou seja, nos adaptarmos as “ideologias mundanas”, mas buscar aprender os princípios de Deus a fim de servi-lo (Rm 12:1-2).

Quando Deus formou Eva a partir de Adão, respeitada as peculiaridades e propósitos fisiológicos de cada um, ambos tinham apenas uma missão: “cultivar e guardar o jardim(Gn 2:15,18), até que o primeiro pensamento de “empoderamento feminino” foi plantado de forma bem particular na mente de Eva pelo inimigo de nossas almas (Gn 3:1-6; 2 Co 11:3).

Poderia citar aqui vários exemplos de mulheres que ajudaram a escrever as histórias relatadas na Bíblia, um verdadeiro exército feminino, formado por mulheres que, não obstante as limitações impostas pela cultura, religião, costumes, e até de alguns defeitos pessoais, não foram “empoderadas”, mas sim “poderosas” em Deus e, através de suas virtudes, mudaram a história de suas famílias, suas comunidades, de pessoas e até da nação de Israel.  Mulheres que fizeram a diferença em seu tempo, deixando seu registro no livro mais importante do mundo: a Bíblia. Podemos citar:

  • Sara, esposa do Patriarca Abraão e mãe de Isaque já idosa, abandonou tudo para viver em tendas pelo resto da vida. Ela ficou sempre do lado de Abraão, para o apoiar. Sara creu em Deus e, com 90 anos, seu sonho se realizou ela teve um filho! Deus encheu seu coração de alegria (Gn 11:29-31; Hb 11:11);
  • Miriã, que nasceu e cresceu como escrava no Egito, mas ela cuidou de seu irmão, o bebê Moisés, que depois libertou seu povo da escravidão  do Egito, e sendo considerada uma profetisa (Êx 2:1-11; 15:20-21);
  • Raabe, era uma prostituta de Jericó, mas ela salvou a vida de dois espiões hebreus e, com isso, sua família foi salva quando os hebreus atacaram Jericó, por sua fé, essa mulher desprezada ganhou um lugar entre o povo de Israel, se tornou antepassada de Jesus e ganhou um lugar entre os heróis da fé (Js 2:1-21; Mt 1:5; Hb 11:31);
  • Débora, era uma profetisa e juíza que liderava Israel quando não havia rei, convocou o exército e animou os guerreiros que derrotaram os opressores e debaixo de sua liderança Israel teve paz durante 40 anos (Jz 4:4; 5:7,31);
  • Rute, não era israelita mas ganhou um lugar entre o povo de Deus por sua dedicação a Deus e seu amor à sua sogra, ela abandonou sua casa e família para servir a Deus, trabalhadora e respeitosa, conquistou o coração de Boaz e foi a bisavó do rei Davi (Rt 1:16; 2:4-19; Mt 1:5-6);
  • Ana, não podia ter filhos, mas ela confiava em Deus e orou com fé por um filho, Deus lhe deu um filho e ela, por gratidão, o dedicou a Deus; seu filho Samuel cresceu no templo e se tornou um grande profeta e juiz em Israel (1 Sm 1:9-19; 2:1-11);
  • Ester, uma jovem israelita que ganhou o maior concurso de beleza do seu tempo e se tornou rainha da Pérsia, foi muito corajosa e arriscou sua vida para salvar seu povo de um grande massacre, Deus deu beleza, graça e inteligência a Ester para que ela pudesse proteger seu povo (Et 2:7,17; 7:2-6);
  • Maria, era uma jovem simples que foi escolhida para uma grande missão: ser a mãe de Jesus, não rejeitou essa missão mas aceitou com fé, amamentou e  educou Jesus, anos mais tarde, o viu ressuscitado em glória (Lc 1:30-38; At 1;14);
  • Priscila, exemplo de trabalho em equipe junto com seu marido Áquila para espalhar a palavra de Deus, amigos de Paulo, tinham uma igreja  que funcionava em sua casa, prepararam um homem chamado Apolo para a obra de Deus (At 18:1-4, 24-26;  Rm 16:3-4; 1 Co 16:19).

Existe muitas outras, mas falta espaço e tempo para falar de cada uma, por isso, a fim de falar de todas as mulheres a Bíblia, quero apresentar um tipo de “mulher ideal”, que é a figura das mulheres que temem a Deus, seja na dispensação da Lei ou da Graça (Jo 1:17) denominada apenas por um adjetivo: “mulher virtuosa”. Descrita no livro de Provérbios 31:10-31, ela é o “ideal” de Deus, a “Eva” antes do “empoderamento maligno”, a mulher que conhece e teme a Deus como seu Senhor. Uma mulher de caráter firme, grande sabedoria, muitas habilidades e uma grande compaixão, contrariando a ideia errônea do feminismo de que a mulher “ideal” na Bíblia é retraída, servil e completamente caseira.

Esta “mulher virtuosa” é uma excelente companheira e mãe. É uma grande profissional, fabricante, importadora, administradora, corredora de bens, criadora de animais, costureira, estofadora e comerciante. Mas, sua fortaleza e dignidade não provêm de seus surpreendentes lucros, são, na verdade, o resultado do temor a Deus. Embora em nossa sociedade a aparência física conta muito, nos surpreende que isto nunca seja mencionado na descrição da “mulher virtuosa“, seu atrativo provém totalmente de seu caráter.

A “mulher virtuosa” é uma descrição da “mulher ideal” segundo a Bíblia,  não como um modelo que se deve imitar em cada detalhe, mas como o padrão de Deus para as mulheres que dizem temê-lo e obedecê-lo, como forma de inspiração para ser tudo o que uma mulher pode ser em Cristo Jesus, em quem não há diferença de raça, social, ou gênero, porque nEle, não há “judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus(2 Co 5:17; Gl 3:28).

Essa descrição da “mulher virtuosa” é a personificação das qualidades (tanto de homens quanto de mulher) mencionadas em todo o livro de Provérbios: trabalho árduo, temor de Deus, respeito por seu cônjuge, previsão, fôlego, interesse por outros, preocupação pelo pobre, sabedoria no manejo do dinheiro, controle do próprio espírito, saber controlar o espírito de outras pessoas, piedosa e diligente, uma boa adjutora para um homem, resoluta, que, tendo desposado os bons princípios, é firme e constante com eles.

Estas qualidades, quando exercidas sob o temor de Deus, levam a gozo, êxito, honra e dignidade. Por isso, há uma grande dificuldade de encontrar uma mulher como esta: “mulher virtuosa, quem a achará?(Pv 31:10a), o que sugere que as boas mulheres, as verdadeiras segundo o padrão criado por Deus, são muito escassas e de grande valor.

Esse é valor indescritível da “mulher virtuosa“, um valor que o homem que tem uma esposa como essa deve lhe atribuir e retribuir, mostrando, com isto, a sua gratidão a Deus (Pv 18:22) e a sua bondade e o seu respeito por ela, por quem ele nunca deverá pensar que já fez o suficiente, pois, “o seu valor muito excede o de rubis(Pv 31:10b), o que recomenda à estima e afeição de seu esposo.

 


 

Curiosidades sobre uma imagem

Há uma ironia na imagem We Can Do It! usada para promover o Feminismo. Embora usada para retratar o “ideal feminista“, ela não foi feita para dar ideia de “empoderamento feminino” ou dizer às mulheres que elas não precisavam dos homens, pelo contrário, foi uma campanha veiculada durante a II Guerra Mundial para incentivar as mulheres a trabalharem fora de casa. Uma vez que os homens estavam na guerra, a economia precisava continuar girando, inclusive para produzir suprimentos para os soldados. Mulheres que não viam a hora de ter seus pais, maridos, noivos e amigos de volta em segurança, então trabalhar não era só questão de sobrevivência, mas um meio de trazê-los de volta para casa. Elas fizeram isso pelos homens e por suas famílias.

(Propaganda do governo norte-americano mostrando uma mulher trabalhando em uma fábrica em Fort Worth, Texas, Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial em 1942)

O cartaz teve pouca influência durante a II Guerra Mundial e só ganhou destaque no pós-guerra, quando o movimento Feminista (Segunda Onda) se apropriou dele como símbolo de “empoderamento feminino”, o que é uma ironia, porque, a imagem foi inspirada numa moça chamada Geraldine Doyle. Geraldine ficou famosa no mundo, quando foi utilizada como modelo para o cartaz e a sua figura hoje é associada à luta feminista, porém, ironicamente Geraldine é o modelo clássico de mulher que as feministas odeiam, porque ela era conservadora, tocava violoncelo e temia machucar as mãos nas máquinas de prensagem e alegava que o trabalho nas fábricas era pesado e perigoso demais para uma mulher. Trabalhou por apenas duas semanas por conta desse receio.

Durante o breve tempo que ela trabalhou na fábrica, um fotógrafo tirou uma foto dela. Logo depois de sair do trabalho como prensadora de metal, Geraldine Hoff conheceu e casou-se com o dentista Leo Doyle em 1943, onde passou a viver como uma dona de casa. O casal teve seis filhos (um filho, Gary, morreu em 1980) e permaneceram casados até sua morte em fevereiro de 2010. Ela faleceu, aos 86 anos de idade sendo bela, recatada e do lar. Mas, as feministas não contam essa história.

 


 

por Anderson Fazzion
Membro da WH Brasil

Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo
Comentários da Bíblia Diário Viver
Matheus Henry – comentário do Antigo Testamento.

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Indagações sobre missões – I

Indagações sobre missões I

Qual é minha missão como Igreja?

Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,…
(Mateus 28:19-20)

 

Você já parou para pensar “por quê” e “para quê” existe a igreja? Esta é uma das perguntas mais importantes que você pode fazer a si mesmo como cristão. A sua resposta levará a responder outras perguntas também importantes:

  • Por que ser membro de uma igreja?
  • Por que me envolver com o “trabalho” da igreja?
  • Em que devo investir meu tempo, bens e recursos?
  • Qual é minha missão e a missão da Igreja?

Geralmente, a missão da igreja é entendida como sendo a arte de “ganhar almas” e promover o seu próprio crescimento, buscando a multiplicação de crentes e de igrejas, como um verdadeiro plano de crescimento denominacional para fazer novos membros de “sua” Igreja.

Outros, mesmo com uma fé genuína e sincera, têm confundido “missão” com filantropia, engajamento político para acabar com a opressão e as injustiças sociais, programas educacionais e sociais para restaurar a dignidade do ser humano, etc.

Segundo o pastor e teólogo anglicano britânico John Stott:

Missão, antes de tudo, significa tudo aquilo que a Igreja é enviada ao mundo para fazer.

Nesse sentido, com base no versículo acima destacado e seus correlatos: Mc 16:15-16; Lc 24:46-48; Jo 20:21-23; At 1:7-8, podemos afirmar que a missão de cada cristão individualmente, e da Igreja como um todo, é: ir, testemunhar, pregar, discipular, batizar e ensinar.

Se como igreja não estivermos envolvidos com esse processo de forma local e “até os confins da Terra” (At 1:8), corremos o risco de sermos tudo, menos a Igreja de Cristo.

Existe limite geográfico para se fazer missão?

…, e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém.
(Lucas 24:47)

 

Muitos dizem que “onde estão, ali é o seu campo missionário“, essa afirmação pode ser positiva ou negativa do ponto de vista do entendimento da abrangência geográfica da missão bíblica.

É negativa se a afirmação for usada como argumento para não se envolver com a obra missionária nacional (povos não alcançado ou menos alcançados no país) e mundial, sendo por isso, uma grande presunção que muda os limites estabelecidos por Jesus.

Então, quais são os “limites geográficos” determinados pelo Senhor Jesus? Após sua morte e ressurreição, ou seja, da obra salvadora ter sido consumada, o Senhor Jesus esclareceu e determinou que o Evangelho deveria ser pregado, anunciado, levado:

  • a “todas as nações” (Mt 28:19);
  • por todo o mundo” (Mc 16:15);
  • …, começando de Jerusalém” (Lc 24:47);
  • até aos confins da terra” (At 1:8).

Neste sentido, não é necessário aprofundarmos nos textos originais para entendermos que Cristo Jesus não determinou um limite geográfico, mas sim um ponto de partida (Lc 24:47), devendo a obra missionária ter uma abrangência tanto local como mundial (At 1:8), e ser realizadas simultaneamente para alcançar “todo o mundo” (Mc 16:15), incluindo os “povos” menos ou não alcançados de nosso país.

Se todos os povos (Mt 28:19), devem ouvir as boas novas de salvação, como pode uma igreja, “permanecer” no seu lugar, ministrando simplesmente àqueles que vão até ela, e ficar satisfeita com isso? Essa Igreja estaria sendo fiel ao “ide” de Cristo Jesus?

Com certeza não! Pois quem “espera” por alguém geralmente não vai ao seu encontro. Por isso, o Senhor determinou “ir” sendo Ele mesmo, Jesus, o princípio e o exemplo dado pelo próprio Deus Pai, que “enviou seu Filho para nos salvar”, ao invés de esperar que “fossemos” até Ele (Jo 3:16-17; Rm 5:8; 1 Jo 4:10).

E até quando devemos fazer missões?

E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
(Mateus 28:20b)

 

A última parte do último versículo do Evangelho segundo Mateus está encerrando as ordens dadas pelo Senhor Jesus na “Grande Comissão” (Mt 28:18-20). E a promessa de “estar conosco todos os dias” feita por Cristo não é só um consolo para dias difíceis, é também a determinação de que a obra missionária seja feita até que ELE volte.

Como “Igreja de Cristo” temos sido displicentes para cumprir essa “comissão”. A existência, no mundo atual, de milhões que nunca ouviram o nome do Salvador é uma vergonha para nós. Cristo não deu uma opção, mas um “mandato” (incumbência, ordem) para todos que consideram a ELE como seu “Senhor”.

Devemos então “sair” (ir) além da porta, das quatro paredes, ir até outros povos ou país, para fazer discípulos, sob a garantia de que, quem nos “comissionou” nos deu Sua “autoridade” (Mt 28:18), concedendo poder para a execução da comissão de alcançar os perdidos e ensinar-lhes a obedecer aos princípios eternos do Evangelho da Salvação.

O próprio Senhor Jesus nos incentiva a cumprir sua ordem afirmando que estará conosco “até a consumação do século“, ou seja, até o “fim da era“, “até o retorno dEle“. A expectativa de sua vinda deve nos animar e consolar, independente de quando ocorra. Até lá, devemos trabalhar para alcançar os perdidos de “todas as nações, tribos, povos e línguas,“… Até que ELE venha! (At 1:7-11; 1 Co 11:26).

O que te impede fazer missões: necessidades?

Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: Vinde comigo e vede,…
(João 4:28-29)

 

Talvez para os discípulos de Jesus, ainda não era tempo de evangelizar os samaritanos. Foram até a cidade de Sicar comprar provisões, mas não falaram a ninguém sobre Jesus, que estava ali tão perto deles. Isso porque eles estavam preocupados com os aspectos “materiais” e “administrativos” do ministério de Jesus (Jo 4:8,27).

Mas, ao contrário, a mulher samaritana que foi ao poço com o jarro de água, cheia de necessidades terrenas, deixou o seu cântaro e foi falar a todo mundo que havia tido uma experiência pessoal com o Messias, o seu testemunho era pessoal e produtivo (Jo 4:28-30).

A fé, que havia sido acesa no coração da mulher samaritana, a fez ter o desejo ardente para se expressar e a constrangeu a tornar-se uma missionária do Senhor. Foi para a cidade, onde provavelmente naquela hora do dia, havia um intervalo nos afazeres, e ela facilmente poderia encontrar grupos de pessoas.

Ela se sentiu impelida a ir até seus conterrâneos na vila, para dizer-lhes o que experimentara e como conhecera a Jesus, o Messias. Ela não fez um longo discurso eloquente ou carregado de emocionalismo, disse como ELE havia tratado de seu passado. Seu clamor missionário foi apenas um chamado: “Vinde e vede!” (Jo 1:46; 4:29).

por Anderson Fazzion
WH Brasil

 

Leia as “Indagações sobre missões II”

 

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Indagações sobre missões – II

Indagações sobre missões II

Qual seu alimento como Igreja?

A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e completar a sua obra.
(João 4:34)

 

Aprendemos com Jesus que fazer a “a vontade daquele que nos enviou” (Mt 28:19; Jo 20:21) não consiste em ser superior a todas as necessidades terrenas e não conhecer cansaço e fome. Tampouco reside numa vida esplêndida que dispõe de satisfação e sossego em abundância.

Como o “Filho Enviado” (Jo 3:17; 4:34), Jesus viveu integralmente para a vontade do Pai, o fez de tal modo que sua missão não representava um serviço trabalhoso a ser realizado com penosa obediência, mas de tal forma que esse próprio serviço se tornava seu “alimento” (Jo 4:32).

Sem dúvida alguma, Jesus estava falando de “obediência”. Jesus não cumpriu sua própria vontade, mas “a vontade daquele que o enviou”. A cumpriu, porém, por vontade própria, de forma totalmente espontânea. Jesus não realizou a sua própria obra, mas somente a daquele que o “enviara” (Jo 6:38; Fp 2:7-8).

Não devemos procurar “satisfazer” nossas próprias vontades, nos entusiasmar buscando superar todas as coisas a fim de nos saciar. É a obra do Pai que ELE, Jesus, foi enviado para “consumar”, e foi essa mesma obra que a Igreja foi enviada ao mundo para fazer (Jo 6:38-40, 20:21).

Qual a recompensa por fazer missões?

O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna;…
(Jo 4:36).

 

A Igreja, ou o cristão individualmente, que se envolve com missões terá com certeza sua recompensa. É isso que o Senhor Jesus está afirmando no texto destacado, e ELE fala não somente da “recompensa” do ceifeiro, mas também do “regozijo” que tanto o “semeador como o ceifeiro” terão pelo árduo trabalho na seara do Reino (Jo 4:36).

Jesus realizou o extenuante trabalho de semeadura com o anuncio das “boas novas” (Mt 4:7; Mc 1:14-15) e consumando sua obra salvadora (Jo 12:31-32; Lc 24:44-48). Por isso, no contexto missionário do texto em destaque, o Semeador e o ceifeiro são pessoas diferentes, que juntas se regozijam pelo que seus esforços combinados realizam. Cristo está falando de si e de seus “enviados” (Jo 4:36-37; 1 Co 3:5-9).

Jesus, ao destacar o papel do “ceifeiro“, fala daqueles que geram no próximo mais do que mero envolvimento superficial com Jesus (religiosidade). Ele está falando de quem gera o fruto da “vida eterna” no próximo, a fim de colher o “fruto genuíno” da salvação (Jo 6:39-40, 17:3).

No reino espiritual o ceifeiro é aquele que proclama a salvação, que leva outros à fé salvífica em Cristo Jesus, fazendo algo de relevância eterna. Um dia, irá regozijar-se no céu por causa daqueles que foram salvos graças a seus esforços, orações e testemunho.

Ceifeiro é todo aquele que procura “armazenar os salvos como frutos” no céu e não apenas como “membros” numa igreja (Is 53:11; Ap 7:9-10).

Sua Igreja coopera em missões?

Pois, no caso, é verdadeiro o ditado: Um é o semeador, e outro é o ceifeiro.
(Jo 4:37)

 

Missões é um trabalho feito na base da “cooperação”. Cooperar, segundo o dicionário, é atuar, juntamente com outros, para um mesmo fim; contribuir com trabalho, esforços, auxílio; colaborar. Esse versículo indica que tanto o semeador como o ceifeiro trabalham juntos, cada qual no cumprimento de seu dever, e todos compartilhando dos bem-aventurados resultados de uma safra produzida em comum (Jo 4:36-38).

E é justamente isso que o Apóstolo Paulo quis dizer ao afirmar que “somos cooperadores na lavoura de Deus” em 1 Coríntios 3:9, onde, no original, o termo traduzido por “cooperadores” indica um negócio, serviço, ou aquilo com o que alguém está ocupado e se “comprometeu” de fazer. Nós como Igreja devemos compreender o “Ide” como um compromisso de obediência (Mt 28:19-20; Mc 16:15).

O Senhor Jesus, expressou o prazer que tinha em seu trabalho (Jo 4:34), agora estimula seus discípulos a trabalharem com Ele, e por isso deveriam ser trabalhadores como Ele, e fazerem de seu trabalho sua comida, assim como Ele fazia. Embora exista uma divisão de trabalho como afirmou Jesus: “um é o que semeia, e outro, o que ceifa”, há uma unidade, pois, o produto final é um só (Is 53:11; Jo 4:36, 12:24,33-34).

Infelizmente muitos se empenham em realizar o trabalho da “ceifa” no início de ministérios pessoais ou denominacionais, porém, por diversos motivos, não os levam com a mesma intensidade até o fim. Os que se empenham em ser “ceifeiros“, em colher almas para Cristo (Jo 7:38; 20:21), devem realizá-lo da mesma forma como fez nosso Senhor Jesus, que estava concentrado em concluir seu trabalho (Jo 12:24-27; 13:1).

Os “ceifeiros” devem entender que o tempo da ceifa é uma oportunidade, um período curto e limitado, que não continua para sempre, e o trabalho da colheita é um trabalho que deve ser executado nesse tempo, ou nunca mais poderá ser feito (Jo 9:4-5; 12:35-36,46-50).

Sua Igreja colhe o que não plantou?

Eu vos enviei para ceifar o que não semeastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho.
(Jo 4:38)

 

Além de missões ser um trabalho feito na base da “cooperação” (Jo 4:37), também é um trabalho de continuidade. Quando se fala de missões, o “pioneirismo” real sempre será de Deus que “enviou seu Filho à Terra” (Jo 3:15-17). Mas, em muitos lugares, haverá trabalhadores que estarão trabalhando nas distintas fases de uma seara, do preparo do campo até a ceifa (Jo 4:38).

Em Jo 4:38 Jesus expressa uma perspectiva profética de sentido amplo e abrangente e, com certeza, não falou apenas de seu semear pessoal. Ele abrangeu toda a história de Deus desde a Antiga Aliança, no trabalho rico em agruras, fardos e sofrimentos dos profetas, que pareceu ser vão (Mt 21:33-46; 23:34-35). Por isso, na Nova Aliança, os apóstolos teriam o privilégio ceifar a colheita farta onde não haviam semeado (Jo 4:39-42; At 2:14-41).

É verdade que no Reino de Deus um homem tem a alegria de semear e um outro a da colheita. Esta é uma verdade que sempre se confirma na pregação do evangelho. Um missionário evangelista, semeia a semente da Palavra, e, como regra, só enxerga resultados pequenos. Mas, anos mais tarde, depois que o trabalho preliminar alcançou seu alvo, os que os sucedem colhem os resultados em medidas maravilhosas (At 2:37-41; 4:4; 14:27; 15:3).

Mas, o Apóstolo Paulo deixou claro aos cristãos de Corinto que “nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento” (1 Co 3:6-9). Com isso ele está dizendo que a ênfase na obra missionária deve recair sobre Deus e não sobre os trabalhadores da seara. Devemos tirar os nossos olhos dos instrumentos e colocá-los em Jesus, afinal, quem iniciou a sementeira foi Deus (Jo 12:23-33).

Na história da igreja, as grandes colheitas em forma de movimentos e avivamento, foram sempre ações do próprio Deus, o “Dono da seara” (Mt 9:38) que, na pessoa do Espírito Santo, leva as pessoas à Cristo para a salvação (Jo 6:44; 1 Co 3:7). Ele mesmo é quem, de tempos em tempos, contrata os trabalhadores para a ceifa da semente que Ele plantou (Mt 20:1-7) pagando o que é justo e conforme o combinado (Mt 20:8-16).

Contudo, na obra da colheita no Reino, ambos serão recompensados ao ver novos cristãos entrando no Reino de Deus. Desta forma, todos, do Semeador original aos semeadores e trabalhadores da ceifa, receberão a recompensa (Is 53:11; Jo 4:36; Ap 7:9-10).

por Anderson Fazzion
WH Brasil

 

Leia as “Indagações sobre missões I”

 

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Achará ELE fé?

Achará ELE fé!?

“Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?”
(Josué 18:8b)

Quando olhamos para o mundo e para nosso país, na situação atual, diante das notícias desse “mundo pandêmico” que estamos vivendo, corremos o risco de nos desesperançar, de sermos desestimulados a crer em Deus, em Sua Palavra, a desistir da fé e deixar o temor ao Senhor. Mas, apesar dessa situação em que se encontra o mundo, não devemos nos abater, precisamos e devemos clamar por justiça e pelo juízo de Deus. E é justamente disso que o Senhor Jesus fala na parábola da “viúva persistente” em Lucas 18:1-8.

Antes de continuar é preciso ressaltar que as Escrituras Sagradas como temos hoje, no formato bíblico dividido em capítulos e versículos, foi publicada em 1553 em francês (Leia este artigo), os originais canônicos não possuíam essas divisões. Por isso, muitas vezes, encontramos um mesmo assunto, tema ou fato ocorrido, sendo tratado em um, dois, ou até mais capítulos. Isso nos mostra como é necessário verificar o contexto do que lemos na Bíblia dentro do capítulo ou capítulos, às vezes até nos livro ou epístola, no qual está inserido.

Nesse sentido, embora usemos o texto de Lucas 18:1-8 de forma correta para falarmos e exemplificarmos a necessidade de se “orar sempre, sem esmorecer(Lc 18:1), o contexto no qual essa parábola foi contada aponta para um assunto mais específico para o motivo da oração. Especialmente se atentarmos para como Jesus termina a parábola: “Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?(Lc 18:8b).

O Senhor Jesus usa a parábola da “viúva persistente” para ensinar alguns assuntos bem específicos. Jesus encerra falando da “Justiça de Deus” que será feita “aos seus escolhidos”, que não cessam de “clamar a Ele (por justiça) dia e noite” mesmo que “pareça demorado em defendê-los(Lc 18:7) e, de certa forma, relaciona tudo isso à “volta do Filho do Homem(Lc 18:8b). Isso deixa claro que, na realidade, essa parábola é o desfecho do assunto tratado no final do capítulo anterior quando os fariseus indagaram a Jesus sobre o estabelecimento definitivo do Reino de Deus (Lc 17:20).

Em resposta aos fariseus, Jesus fala dos sinais que antecederão Sua volta para estabelecer de forma cabal o Reino de Deus (Lc 17:20-37). Para tanto, o Senhor Jesus usa os exemplos do Juízo de Deus sobre ao “mundo antigo” dos dias de Noé (Lc 17:26-27), do juízo sobre Sodoma e Gomorra nos dias de Ló (Lc 17:28-32) e, para terminar, Jesus deixa claro que, pouco antes do Juízo Final de Deus sobre esse mundo no qual vivemos, haverá somente dois grupos distintos de pessoas com quem Ele tratará: os que “serão tomados” (os salvos) e os “que serão deixados” (não-salvos) (Lc 17:33-36). E termina o assunto com a parábola de Lucas 18:1-8, Jesus fala de “Justiça e Juízo” e sobre a necessidade de mantermos a fé até a Sua volta (Lc 18:7-8).

E a pergunta final, no encerramento da parábola, deve nos levar a fazer um exame sobre como anda nossa “fé” nos dias atuais. Mas, antes disso, é preciso saber de qual “fé” Jesus está falando em Lucas 18:8b. Com base em Lucas 17:20-37, conforme exposto acima, podemos afirmar que o Senhor Jesus está falando da fé (do ato de crer) que gera em nós agora a “salvação” conforme temos, por exemplo, em Jo 3:16-19,36 ou Atos 2:21 e 4:12, que nos conduz à “glorificação em Cristo” conforme temos em 1 Co 15:42-57; Fp 3:20-21 e 1 Jo 3:2.

Dessa forma, Jesus não está falando da “fé” como “crença” na existência de Deus ou na Sua capacidade de nos abençoar, mas da “fé” que, apesar das circunstâncias, permanece viva até completar em nós a “salvação plena(glorificação) nos livrando do “Juízo de Deus” sobre este mundo decaído no dia da volta de Cristo (Mt 24:13; Tg 5:7-8; 1 Pe 5:4). É a “fé” que não olha para as circunstancias, mas para as promessas, crendo que quem prometeu é fiel (Hb 10:23; Ap 3:10-11).

“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem.”
(Hebreus 11:1)

Sempre que falamos de “fé” logo lembramos de Hebreus 11:1. Embora utilizemos esse texto para definir a fé de uma forma geral, ao olharmos de as minúcias do texto dentro de seu contexto na Epístola aos Hebreus, percebemos que o autor da carta fala da “fé” que persevera apesar das circunstâncias. Sendo essa a mesma “fé” que o Senhor Jesus espera encontrar quando de sua volta (Lc 18:8b). Lembrando que, como dito anteriormente, a Bíblia como temos hoje dividida em capítulos e versículos só foi publicada em 1553, logo, o assunto de Hebreus 11 deve ser entendido à luz do capítulo anterior.

Neste caso, a “fé” definida em Hebreus 11:1 está relacionado com Hebreus 10:19-39, onde o autor trata dos seguintes assuntos:

  • Crer na obra expiatória de Cristo que nos capacita a, pela “fé”, estarmos diante de Deus (Hb 10:19-22);
  • Confiar e esperar com base na “fé” (no sentido de esperar com confiança, ou seja, manter a esperança) na promessa (Hb 10:23);
  • Praticar as boas obras e viver em comunidade (congregados/comunhão como Igreja) especialmente quando vemos que está próximo a Volta de Cristo (Hb 10:24-25);
  • Admoestar uns aos outros sobre o “horrível juízo” destinado àqueles que desprezam a obra expiatória de Cristo (Hb 10:26-30), especialmente quem um dia disse ter “crido em Cristo(Hb 10:30); e,
  • Animar uns aos outros para que, apesar das perseguições e suas consequências, perseverarmos firmes na “fé” até a volta do Senhor Jesus (Hb 10:32-39).

Então, depois de toda essa explanação com base em admoestações, advertências e palavras de ânimo (Hb 10:19-39), usando a conjunção coordenativa “ora” (que liga palavras ou orações, indicando sequência de discurso) é que o autor da epístola aos Hebreus explica como fazer essa “fé” perseverar. E para explica-la ele emprega quatro itens dizendo que essa “fé” é:

  • A certeza”: no original significa “forte confiança”, cuja raiz significa, entre outras coisas: “segurança, tornar firme; permanecer, ser mantido íntegro, ser de uma mente firme, a qualidade de alguém que não hesita, que não desiste”;
  • de coisas que se esperam”: indicando, literalmente, a “expectativa do bem, esperança”; no sentido cristão é o “regozijo e expectativa confiante da eterna salvação em esperança”, ou “mantendo a esperança do que se espera”;
  • a convicção”: no original, é um termo jurídico relacionada a “investigação” que indica a “verificação” pela qual algo é “provado ou testado por meio de evidências”;
  • de fatos que se não vêem”: este termo no original fala de tudo “aquilo que foi feito, como um obra ou fato consumado”; ou o que “é feito ou está sendo realizado” ou ainda “aquilo que é ou existe” com certeza.

Desta forma, o autor aos Hebreus afirmar que a “fé” é “ter a certeza ou forte confiança”, se mantendo “íntegro, de mente firme, sem hesitar ou desistir” na “expectativa confiante da eterna salvação” tendo “a convicção” de que tudo é “provado por meio de evidências” descritas na Bíblia com base “naquilo que foi feito e nos fatos consumados” (por exemplo: criação do mundo, formação do povo hebreu, obra expiatória e ressurreição de Cristo) e o que “é feito ou está sendo realizado” (por exemplo: o Espírito Santo habitando em nós e nos regenerando) e por “aquilo que é ou existe” (Cristo Reinando, apesar de não vermos “ainda”).

“Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.”
(Hebreus 11:3)

E para corroborar com sua colocação a respeito da “fé” no capítulo 10 (Hb 10:19-39) o autor da Epístola aos Hebreus, com base na explicação do que é essa “fé” (Hb 11:1), usa como argumento o “bom testemunho de fé dos antigos” (os primeiros anciãos, os patriarcas de Adão até Noé, que deram origem aos justos que temiam e serviam a Deus – Gn 4:26; 5:1-32) que foram responsáveis em contar a “História da Criação(Hb 11:3) bem como os feitos desses “anciãos antigos” registrados nas Escrituras (Antigo Testamento) desde o início do “Mundo Antigo” antes de Noé até o dilúvio (Hb 11:2-7). Com base nesses fatos, o autor deixa bem claro qual o tipo de fé agrada a Deus e gera recompensa de não se passar pela morte (eterna)(Hb 11:5-6; Ap 2:11).

Em seguida, o autor remonta toda história de “fé” do Povo Hebreu desde o chamado de Abraão (Hb 11:8-22), ressaltando que todos os “Patriarcas do Povo Hebreu” embora tivessem “fé” no sentido de esperar a promessa, morreram sem a tê-la recebido ou visto cumprida em suas vidas (Hb 11:10,13-16). E, descrevendo os atos de “fé” praticados pelos Patriarcas Hebreus, afirma que a fé deles foi demonstrada através da submissão, obediência e esperança nas promessas de  Deus (Hb 11:17-22).

E, para evidenciar a soberania de Deus na história do mundo a favor de Seu Povo, o autor aos Hebreus remonta a história da “libertação do Povo Hebreu” através de Moisés, desde sua escolha, ainda criança até a sua sucessão por Josué para a conquista de Canaã (Hb 11:23-31). Nessa parte de sua explanação, usando a história de Moisés, o autor deixa claro a necessidade da renúncia do modo de vida “desse mundo pecaminoso” para alcançar a promessa de um “melhor galardão(Hb 11:24-26; Lc 9:23-25; 1 Jo 2:15-17; Ap 22:11-14).

E, não querendo se estender muito, o autor da epístola faz “um resumo” das demais histórias do Antigo Testamento, desde os tempos dos Juízes até o período dos reis de Israel e Judá, entre os quais, houve alguns que perseguiram ferrenhamente os profetas por causa de suas mensagens de admoestações e advertências ou simples testemunhos de “fé”. Nessa perseguição os profetas fugiram para os desertos, foram castigados com prisões e açoites, jogados em covas de leões ou fornalhas em chamas. Alguns foram milagrosamente livres do mal outros morreram sem livramento algum (Hb 11:32-37).

E, para encerrar, o autor deixa claro aos destinatários da carta a necessidade de perseverança na “fé” apesar das tribulações (provavelmente estavam sofrendo perseguição tanto dos religiosos judeus da época e, de forma mais severa, do Império Romano – Hb 10:32-39). Isso porque ter “fé”, ou “crer”, não significa ter um seguro de vida que garanta nosso bem-estar nesse mundo. A vida de “fé” não traz consigo apenas a proximidade de Deus, seu auxílio e sua proteção, ela inclui também renúncia e sacrifício, aflição e tribulações, sem, talvez, não vermos a “concretização do que esperamos” (glorificação completa) nesta vida (Hb 10:36-39; 11:39-40).

“…, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, …”
(Hebreus 12:1-2)

Continuando o assunto no capítulo seguinte (Hb 12), o autor da epístola inicia falando da “grande nuvem de testemunhas” (no original: grande e densa multidão, aglomeração de pessoas) formada tanto pelos “heróis da fé” do passado descritos no capítulo 11 (para exemplo nosso) quanto as pessoas ao nosso redor nos dias atuais (para quem devemos ser modelo de fé em CristoEf 5:15-17; Cl 4:5; 1 Tm 1:16) e aponta para Cristo Jesus, como “o modelo” por ser Ele o “Autor e Consumador da fé para a salvação” (Hb 12:1-2).

Ao nos mandar “olhar para Jesus”, o autor indica que devemos depender do que Cristo fez por nós no passado, tem feito por nós no presente e, em especial, o que Ele fará a nosso favor no futuro. E o que Ele, Jesus, fez? O autor responde: “suportou a cruz e o ódio dos pecadores(Hb 12:2-3), por isso, recebeu o “direito”, como um tipo de “galardão”, de ser elevado a posição à “direita de Deus”, de onde realiza todas as funções de governo, sumo sacerdote e advogado. Essa posição foi alcançada mediante sofrimento e paciência, em obediência e submissão ao Pai no caminho até a cruz (Jo 12:23-32, 17:1-5; Fp 2:5-11).

Por causa dessa submissão e obediência, Jesus “resistiu até ao sangue(Hb 12:4) no Getsêmani em sua “luta” para permanecer firme no propósito de fazer a vontade do Pai (Lc 22:41-44). Provavelmente, os destinatários da carta ainda não tinham experimentado toda a extensão da luta passando pelo martírio, embora pareça que já tivessem experimentado algum alto nível de perseguição (Hb 10:32-36). Ao falar de “resistir ao pecado até o sangue(Hb 12:4), o autor lembra que o pecado é o principal antagonista da salvação, particularmente, o “pecado da insubmissão à vontade do Pai” que destrói a “fé” (Hb 12:3-8) sem a qual é impossível ser regenerado para a “salvação” (João 16:7-13; Hb 10:26-31) .

Diante disso, o autor também os lembra que, algumas “tribulações” nesta vida, são na realidade “disciplinas” de um Deus que nos ama como um pai. Às vezes não compreendemos o “castigo“, mas ainda assim temos de aceitá-lo e suportá-lo como parte de nossa educação (Pv 3:11-12; Hb 12:5-11). Aceitar a “disciplina da adversidade” é uma forma de fortalecer as “mãos descaídas e os joelhos trôpegos”, ou vacilantes, e também de “endireitar as veredas”.

As “mãos decaídas” (ações sem firmeza, relaxadas), os “joelhos trôpegos” (vacilantes, insegurança) e os “pés nos caminhos errados” (desvio da fé) devem ser curados para que não se “extraviem” de uma fez por todas a “fé” que gera salvação (Hb 12:11-13). O autor cita o texto de Isaías 35:3-11, usado pelo próprio Senhor Jesus ao falar de suas ações como o Messias (Mt 11:4-6).

Além disso, o autor nos orienta a “seguir (buscar) a paz” com todos não deixando que nosso relacionamento com o próximo seja afetado pela “disciplina das adversidades”. Porque isso é um obstáculo à busca da “santificação”, nos “separa da graça” e faz brotar a “amargura” contra Deus (e o próximo), levando outros a seguirem essa mesma conduta (Hb 12:14-15). A amargura gera em nós um “espírito de murmuração” que nos impede de receber a “herança”, isto é, a salvação plena (Êx 15:22-27; 16:1-7; Nm 14:1-23; Hb 3:7-19).

Em seguida, citando a história de Esaú como exemplo, o autor nos manda tomar cuido para não nos tornarmos “impuros” e “profanos” (Hb 12:16-17). Neste texto, o termo “impuro” é uma metáfora que indica “vendido ao pecado, inteiramente dominado pelo amor ao pecado” ou é “alguém pago para submeter-se inteiramente à vontade de outro”. Enquanto “profano” diz respeito ao que “não se santifica, se separa, ou respeita o que é sagrado”. Segundo consta, Esaú, por sua própria escolha, alegando “necessidade”, abriu mão de algo que era seu por “direito”: a primogenitura (Gn 25:29-34).

Essa sua condição é a antítese do padrão apresentado nos versículos Hb 12:14-15, pois, Esaú trocou a paz e a santidade por “um prazer, uma satisfação” terrena imediata e momentânea. Anos mais tarde, quando tentou mudar sua condição, descobriu que era impossível. Ainda que a bênção de Deus ou o arrependimento fosse o objeto de suas lágrimas, foi tarde demais. Esaú foi culpado de pecado deliberado, cujas consequências ele não pode reverter (Gn 27:1;31-41).

E, finalizando sua explanação sobre a “fé”, o autor da epístola faz um paralelo da conduta cristã sob a Nova Aliança em Cristo (Hb 12:14-29). Usando o cenário para a concessão da Lei da Antiga Aliança através de Moisés (Êx 19 e 20), cuja inobservância gerava morte, faz a comparação com “Jesus, o Mediador da Nova Aliança”, cujo sangue, pela graça, gera perdão e vida (Hb 9:11-20; 12:24; Rm 3:19-26; Gl 3:10-29).

Na Nova Aliança em Cristo temos, pela “fé” a absolvição ou, pela “incredulidade” a condenação no juízo (Jo 3:17-18,36), por isso, não se deve recusar ouvir Sua voz através do Evangelho (Hb 1:1-4; 12:25-29). A palavra final do autor é uma séria advertência: “nosso Deus é fogo consumidor(Dt 4:24; Hb 12:29).

Nesse amplo contexto de “fé, justiça e juízo” de Deus (Jo 16:8-11; Hebreus 10 ao 12) devemos lembrar que a “justiça nos dá o que merecemos (castigo)”, enquanto “sua misericórdia nos dá o que precisamos (perdão)(Rm 3:21-26. 5:1-11).

“Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.”
(2 Pedro 3:9)

Então, é preciso entender que a “suposta demora” de Deus em executar seu Juízo sobre a Terra tem um motivo: Sua “longanimidade(2 Pe 3:3-8). A longanimidade de Deus expressa Sua “generosa misericórdia e sua bondade paciente”, capaz de “suportar as contrariedades dos pecadores”. Isso tem dois motivos:

  • Primeiro, Ele está dando oportunidade para que todos sejam salvos mediante a “fé” em Cristo (2 Pe 3:9-12);
  • Segundo, Ele espera que seu Povo, sua Igreja, se prepare adequadamente para se encontrar com Ele (2 Pe 3:13-18).

O Senhor Jesus advertiu, não “ao mundo“, mas a nós que confessamos ser seus seguidores, que muitas coisas aconteceriam antes de sua volta (Lc 21:7-11) sendo tudo como o “início das dores de parto(Mt 24:6-8) que se intensificarão até Sua volta (Mt 24:29-36; Lc 21:27-28). Para nos prepararmos para encontrarmos com Ele, Jesus nos deixou as seguintes advertências:

  • Tome cuidado para não ser enganado (Mt 24:4; Lc 21:8);
  • Persevere na fé mesmo se passar pela intensa perseguição que se levantará (Mt 24:9-10,21-22; Lc 21:19);
  • Não deixe que a iniquidade (maldade por falta de temor a Deus) gere falta de amor (boa vontade, benevolência, misericórdia) ao próximo em você (Mt 24:12);
  • Saiba que as “distrações do mundo” ou as “preocupações da vida neste mundo” são como armadilhas que nos impedem estar preparados (Lc 21:34);
  • Permaneça vigilante e em oração para ser levado a presença dEle (Mt 24:44; Lc 21:36).

Ao falar de sua volta em Mateus 24, Jesus encerra fazendo um paralelo dos dias de sua volta com os dias do Juízo de Deus sobre o “mundo antigo” na era de Noé, deixando claro que  haverá somente dois grupos distintos de pessoas com quem Ele irá tratar: os que “serão tomados” (os salvos) e os “que serão deixados” (não-salvos) (Mt 24:37-41), conforme está também em Lucas citado no início deste artigo baseado no qual discorremos sobre a “fé” para a “salvação até a glorificação(Lc 17:20-37), relacionada com a “volta de Cristo(Lc 17:20 à 18:8b) até aqui.

Então, encerramos também com a mesma pergunta de Jesus: “…, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?(Lc 18:8b). Na atual circunstância desse “mundo pandêmico”, polarizado política e ideologicamente, se Cristo, o Filho do Homem, voltasse hoje, acharia, porventura, fé na terra? Sendo mais preciso, …  Acharia Jesus fé em nossos corações, em nossa Igreja?

Que busquemos desenvolver e aperfeiçoar nossa “fé” (Cl 1:22-23; 2:7; 1 Pe 5:10) como a “certeza e convicção(Hb 11:1) de nossa “salvação em Cristo” para mantermos “firme a esperança da glorificação(Rm 8:17,28-30; Hb 3:12-14; 10:22-23,37-39; Fp 3:7-16,20-21) ante aos iminentes sinais de Sua volta.

Até lá, que essa “fé” nos faça declarar, no nosso íntimo e como Sua Igreja, todos os dias com o Espírito: “…, a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! … Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22:17,20).

Então, não deixe a pandemia, as injustiças, as tribulações, lutas e dificuldades minarem sua fé a ponto de você se desesperançar, deixar de crer em Deus e em Sua Palavra, desistindo da “fé”, deixando o temor do Senhor, sua salvação e a certeza da glorificação em Cristo Jesus. Pelo contrário, levantemos nossas “cabeças” (Lc 21:28) e, confiante em sua promessas, com “fé e esperança” brademos: Maranata!


Fiquem na Paz!

por Anderson Fazzion
WH Brasil

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As seis lições do livro de Jonas

As seis lições do livro de Jonas

O caráter de Deus

E os homens de Nínive creram em Deus;… (Jonas 3:5).

 

por Marcos Amado
Texto original aqui

 

O retrato que o livro de Jonas desenha de Deus é, sem dúvida, belo. Ele é apresentado como aquele cujas ações não podem ser preditas ou controladas. Ele detém o total controle sobre os elementos da natureza: envia a tempestade (Jn 1.4), e a acalma (Jn 1.15); envia o grande peixe, e o faz entregar Jonas em segurança (Jn 2.15), mostrando que Deus é aquele que é capaz de trazer a tempestade, mas também provê a libertação; ele faz uma planta crescer em uma velocidade incrível, e também usa um verme para fazer seu plano acontecer (Jn 4.6). Não há como esconder-se dele (como lemos também no Salmo 139)1.

Além disso, como é possível notar a partir das três declarações de fé bem ortodoxas de Jonas, ele é o Deus todo poderoso que fez os céus, o mar e a terra (Jn 1.9); é aquele que provê a salvação (Jn 2.9b), e é “Deus misericordioso e compassivo, muito paciente, cheio de amor e que prometes castigar mas depois te arrependes” (Jn 4.2b).

De acordo com McKeown, “O livro de Jonas mostra que esses conceitos de retribuição divina e de compaixão divina não são mutuamente exclusivos2. Ele é um Deus que perdoará quando ocorrer arrependimento genuíno. “Assim, apesar de o livro de Jonas defender uma visão de Deus como justo juiz que irá punir os perversos, equilibra isso com a mensagem de que Deus atende àqueles que clamam a ele por misericórdia (Jn 4.2)”.3 Por isso, não hesita a “mudar de ideia” ao ver o povo de Nínive afastando-se de seus maus caminhos (Jn  3.10).

A preocupação de Deus para com toda a humanidade

Exatamente por conta de quem Deus é, não é de se estranhar que a salvação não seja um direito exclusivo do povo eleito, e essa é a segunda importante lição que Deus está comunicando por meio de Jonas a Israel (ou lembrando-os do que já sabiam) e a todos que, hoje, querem ouvi-lo.

Os marinheiros, no capítulo um, com seus diferentes deuses, ouviram, possivelmente pela primeira vez, a respeito do verdadeiro Deus, criador dos céus e da terra. Como resultado, oraram a Deus e ofereceram seus votos.

O livro mostra como YHWH importa-se com seu relacionamento com outras nações e até mesmo com os animais, não apenas com os que são parte do povo de Israel. “Todos os seres humanos que aparecem no livro clamam por misericórdia e Deus os atende”.4

Com exceção de Jonas (o único na história que pertencia ao ‘reino sacerdotal’), “todos os demais personagens da história, incluindo os animais, obedecem a Deus sem hesitar5, mostrando que pessoas de outras nações estavam abertas a Deus, incluídas em seus propósitos e ao seu alcance.

O Senhor não está restrito a um grupo ou a um povo para fazer seu nome conhecido entre as nações. Israel estava falhando em cumprir sua missão até mesmo para os vizinhos mais próximos, e Deus levanta Jonas para ir a uma nação inimiga distante. “Se aqueles que supõem serem os ‘eleitos’ de Deus falham em sua missão, o soberano Senhor da salvação encontrará seu próprio caminho para comunicar suas misericórdias salvadoras ao mundo perdido6.

Seis lições que o movimento missionário moderno pode aprender do livro de Jonas

Ao estudar o texto bíblico, há sempre o perigo de ler demais no texto. Mas, se quisermos extrair o máximo possível a respeito do que o Senhor quer comunicar aos cristãos hoje, vale a pena correr certo risco. Como apresentado anteriormente, fica claro que o livro de Jonas, quando visto como registro histórico, escrito antes do exílio, tem muito a contribuir para nosso entendimento que quem é Deus e de seus planos para toda a raça humana.

No entanto, como conclusão, uma última pergunta deve ser feita: há algo que o movimento missionário evangélico ao redor do mundo possa aprender com o livro de Jonas?

 

De forma muito breve, menciono 6 lições:

  1. Em muitos círculos cristãos, é comum argumentar-se que, com tanto por fazer em casa, por que pessoas deveriam ir a outros países para testemunhar do Senhor? Muito poderia ser dito para responder a esse questionamento. No entanto, no livro de Jonas, pode-se observar que o Senhor chama pessoas específicas para realizar tarefas específicas em diferentes partes do mundo.
  2. A partir disso, podemos inferir que missão não é uma questão de decidir quando, onde e como dinheiro e recursos podem ser melhor utilizados. Claro, cristãos devem ser bons mordomos.No entanto, é preciso dar espaço ao Espírito Santo para que envie missionários de acordo com sua vontade soberana (At 13.4), ainda que, algumas vezes, possa haver, de uma perspectiva gerencial, formas melhores para que as coisas sejam feitas.
  3. Outro argumento utilizado com frequência é que os esforços deveriam concentrar-se no envio de missionários a lugares nos quais há maior possibilidade de colher resultados mais significativos (em termos numéricos) em menor espaço de tempo.Contudo, na época de Jonas, um dos lugares mais improváveis para se esperar resultados – levando em conta a reputação dos ninivitas de serem um povo cuja maldade havia chegado ao limite (Jn 1.2) – era justamente Nínive. Mas, de novo, a soberania de Deus é o que determina o lugar para onde o profeta deveria ir.
  4. Se todo o mundo quiser conhecer “o SENHOR, o Deus dos céus, que fez o mar e a terra seca” (Jn 1.9), terão de ser postos de lado preconceitos sociais, políticos e religiosos.A resistência de Jonas para obedecer a Deus, possivelmente, fundamentava-se nesses aspectos, e isso não agradou a Deus. Se os líderes de Israel fossem questionados sobre se Jonas deveria ou não ir a Nínive, a resposta provavelmente teria sido negativa, principalmente por conta de equívocos teológicos e preconceitos culturais e políticos.
  5. Uma teologia ortodoxa não garante, necessariamente, um entendimento do propósito de Deus para a humanidade. Como visto anteriormente, Jonas fez três declarações bem ortodoxas sobre quem Deus é.Contudo, por conta de conceitos equivocados e preconceitos já mencionados, ele não conseguiu entender as implicações de tais fundamentos ortodoxos. É comum dizer que a Igreja do Sul Global (muitas vezes pobre) carece de profundidade no conhecimento teológico. Mas, movida pelo Espírito Santo, milhares de novos missionários têm sido enviados pela Igreja desses países todos os anos.

    De outro lado, a Igreja no ocidente, que supostamente detém a profundidade teológica, tem enviado poucos missionários a cada ano, apesar de possuir recursos financeiros para isso.

  6. Embora mencionada de forma breve, é evidente que a preocupação do Senhor era com a humanidade e também com o restante de sua criação (Jn 4.11).Apesar de não devermos superestimar a importância dessa passagem, percebe-se que os animais também eram alvo da preocupação de Deus, o que deveria levar os cristãos a pensar sobre a criação como um todo ao considerar a abrangência da missão.
Sobre o autor Marcos Amado:
Diretor do Centro de Reflexão Missiológica Martureo, é graduado em Teologia pelo All Nations Cristian College (Reino Unido) e Mestre em Missiologia com Especialização em Estudos Islâmicos pela mesma instituição. Em Beirute, no Líbano, cursou Estudos Avançados em Religiões e Culturas do Oriente Médio no Institute of Middle East Studies. É casado com Rosângela e acumula mais de 23 anos de experiência transcultural.

AMADO, Marcos. A relevância do livro de Jonas para Missões, 2019. Disponível em: https://www.martureo.com.br/a-relevancia-do-livro-de-jonas-para-missoes/. Acesso em: 15 ago. 2019.

 

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Projeto Costurando e Transformando

O PROJETO MISSIONÁRIO

COSTURANDO & TRANSFORMANDO

 

 

O Projeto Missionário Costurando & Transformando, apesar dos desafios locais, foi iniciado em 22 de maio de 2016 tendo em vista a dura realidade das mulheres de Niamey, capital do Níger.

O Projeto tem a finalidade de transformar a vida dessas mulheres, combatendo a pobreza local, resgatando a dignidade feminina, capacitando-as profissionalmente a fim de terem a possibilidade do auto sustento.

O Projeto Missionário Costurando & Transformando forma costureiras empreendedoras, capazes de se auto sustentarem e de contribuir de forma efetiva com a própria família. Costurando, elas conquistam o reconhecimento de seu importante papel e valor como mulher, Transformando a realidade social da comunidade, familiar e pessoal.

O público alvo são as mulheres nigerinas, da etnia Zherma, moradoras da região mais pobre da capital, vulneráveis socialmente pela pobreza extrema. Através do ensino de corte e costura, barreiras culturais que ferem os direitos humanos dessas mulheres, presas culturalmente numa cosmovisão que as mantém vulneráveis, são rompidas.

Nossa visão é impactar a comunidade não só formando costureiras empreendedoras, capazes de se auto sustentar ou contribuir com família, mas, em especial, fazê-las se reconhecerem e serem reconhecidas pelo valor como mulher, possibilitando a elas, além da transformação social, a opção de se tornarem Mulheres do Reino.

 

Saiba mais sobre esse precioso projeto, … [SAIBA +]

 

ORE, DIVULGUE, CONTRIBUA, FAÇA PARTE DA EQUIPE DE APOIO!

 



 


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Missões na Melhor Idade

 

Calebe, um exemplo de missões na Melhor Idade

 


Estou forte ainda hoje como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força naquele dia, tal ainda agora para o combate, tanto para sair a ele como para voltar.” (Josué 14:11).


 

A história de Calebe, crente de verdade, temente e submisso a Deus, fiel desde o princípio, é um exemplo de digno de nota e de ser seguida.  Como membro do grupo de espiões que enviados para inspecionar a Terra Prometida, embora tivesse visto a realidade que seria encontrada, sabia que Deus ajudaria o povo a conquistar a terra (Nm 13:3033). Talvez “sua experiência de vida”, visto que estava com 40 anos na época (Josué 14:7), tenha sido a base de sua fé e coragem para crer na conquista sob a Palavra de Deus. Mas, sua atitude de encorajar o povo foi que fez com que Deus lhe prometesse uma parte da terra como herança pessoal e especial (Nm 14:24; Dt 1:34-36).

Décadas mais tarde, exatamente 45 anos depois, no auge de sua “Melhor Idade” aos 85 anos com mais experiência e conhecimento por causa das lutas e batalhas, quase já no final de sua “carreira” como um dos generais das tropas de Israel, ao lado de Josué na conquista de Canaã, sua fé e coragem seguiam firmes, embora ainda houvesse “gigantes na terra”, na terra prometida a ele como herança, Calebe sabia que o Senhor lhe ajudaria a conquistá-la vencendo esses gigantes (Josué 14:11-13).

Como Calebe, devemos ser fiéis a Deus, não só no início de nosso caminho com ELE, ou ao longo de nossa vida, onde travamos lutas e batalhas para conquistarmos nossa “herança eterna” como porção “para o descanso(Hebreus 4:1-16). Talvez seja especialmente no final, depois de uma boa caminhada com lutas e batalhas travadas, com base em nossos erros e acertos do passado é que nos tornamos “mais experientes” no presente tendo confiança para mostrar a força e a coragem da nossa fé para uma nova geração que desejam “conquistar a terra” para o Senhor do Reino. Um exemplo de que “melhor é o fim das coisas do que o seu princípio; …” (Eclesiastes 7:8).

É importante ressaltar que Calebe, já na sua “Melhor Idade”, depois de travar mais lutas e batalhas para expulsar os gigantes chamados de “anaquins” da terra de Hebrom, sua “herança especial” (um símbolo das realizações pessoais de nossa vida, baseada em nossa capacidade e competência como: formação acadêmica, sucesso profissional, bens materiais, conquistas pessoais, etc.), mais tarde, de boa vontade, entregou sua cidade (sua conquista) aos levitas e foi morar nas adjacências da região (Josué 14:13-14; 21:11-13).

 


 

Missões na Melhor Idade – O livro

Para quem acha que “já passou da idade” para se envolver com missões, não pode deixar de ler o livro: “Missões na Melhor Idade”, cujo propósito é despertar e demonstrar que o envolvimento com a obra missionária seja, talvez até mais viável, para um grupo específico de pessoas da faixa etária adulta, cuja experiência pessoal no Corpo de Cristo (Igreja) aliada ao conhecimento e habilidade  pessoal (empírico) ou por formação técnico-profissional pode fazer a diferença no Reino de Deus no campo missionário.

Com base em suas experiências pessoais, o autor Adercio Silva Corrêa, aponta caminhos (ou possibilidades) para que qualquer pessoa, na sua “Melhor Idade”, possa, como ele, atuar em missões, começando com o simples, mais importantíssimo, ato da  oração, ou visitas a campos missionários em  viagens de curto prazo, leituras de livros e revistas que abram seus olhos e o coração para as necessidades mundiais da expansão do Reino no campo das missões locais e mundiais.

O autor fala ainda de ações mais vigorosas, como investir generosamente na expansão do Reino, cooperando com os trabalhadores que estão nos mais diversos campos de atuação missionárias atuais, criando, por exemplo, pequenos grupos de parceiros ministeriais no WhatsApp para orar e ofertar de forma intencional. Esse é um exemplo do uso de ferramentas, desse mundo globalizado digitalmente, cujas “fronteiras” étnicas, de idiomas, sociais, etc., são rompidas e seu impacto tem, verdadeiramente, “mudado a geografia do mundo”!

A finalidade principal do livro é demonstrar que as missões cristãs devem aproveitar a “mão de obra experiente, profissional e qualificada”, sentadas nos bancos da Igreja, para testemunhar sobre Cristo com a vida, tendo seu sustento por meio do próprio trabalho, como aposentado (ou quase) e oferecendo sua contribuição nos campos missionários por meio da sua profissão e experiência para expansão do Reino de Deus “até os confins da Terra”.


 

Sobre o Autor do Livro

Adercio Silva Corrêa, casado com sua “parceira de missões” Ilda Fernandes, é pai de 3 filhas maravilhosas que servem ao Senhor. Concluiu o seminário Batista no ano de 1983, foi pastor durante 16 anos, possuindo ainda cursos nas áreas da antropologia social. Aposentado como profissional em tecnologia gráfica, onde trabalhou por 40 anos., atualmente é professor de seminário e Pastor-missionário.

 

Aliando sua experiência como Pastor a sua bagagem de conhecimento profissional, já esteve em 4 continentes exercendo atividades como “Profissional em Missões”. Em seu último trabalho de campo, esteve na Ásia Central para treinamento de obreiros locais. Com experiência como empresário e diretor de sua própria empresa, esteve na África, exercendo gestão empresarial no ano de 2004. Na Ucrânia, trabalhou junto com empresários americanos e russos para estabelecer uma empresa gráfica e editora de livros e evangélicos.

 


 

por Anderson Fazzion
WH Brasil

 


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É dEle a última Palavra

É dEle a última Palavra

Ele nunca deixou de ser o Deus Eterno

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.
(João 1:1-3)

Vivemos um tempo em que as pessoas não creem da forma devida ao que a Palavra de Deus ensina. O que Jesus ensinou e o que Ele fez estão ligados de forma inseparável com o que Ele é, Ele é Deus

O evangelho de João foi escrito para que as pessoas soubessem que Jesus foi totalmente humano e totalmente divino. O relato de João teve (tem) como objetivo mostrar à igreja crente em Jesus toda “Sua glória”, para fortalecer, purificar e aprofundar a fé nEle (1 Jo 4:15; 5:1,10,20).

Neste sentido, João deixa de lado tudo o que Mateus e Lucas informam sobre o nascimento e a infância de Jesus, ele não quis falar da origem “humana” do Senhor Jesus, o povo que formava a Igreja primitiva conhecia muito bem as origens humanas do nosso Senhor, eles diziam:

Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele.” (Marcos 6:3).

Murmuravam, pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu. E diziam: Não é este Jesus, o filho de José? Acaso, não lhe conhecemos o pai e a mãe? Como, pois, agora diz: Desci do céu?” (João 6:41-42).

Apesar de Jesus ter se tornado “completamente humano” e ter vivido como um homem, nunca deixou de ser o “Deus Eterno” que sempre existiu. João visa dirigir o olhar de seus leitores justamente para esse mistério, para que compreendam de maneira correta tudo o que é relatado sobre Jesus. O objetivo não é só mostrar os dons, os feitos e as atuações de Jesus (que são importantes com certeza), mas João quis mostrar o próprio Jesus em sua pessoa, em seu maravilhoso ser.

Ele é a expressão exata do Pai

Por isso, os pontos culminantes do evangelho de João são as grandes palavras “EU SOU” de Jesus. Jesus não apenas concede água, pão, luz, verdade, caminho ao Pai, vida e a ressurreição. Jesus pessoalmente é tudo isso. Ele apenas tem condições de “dá-lo” verdadeiramente a nós porque ELE próprio o é por essência, ELE é a essência de tudo, o criador e sustentador de todas as coisas, a força que une a criação e a fonte da vida eterna:

Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” (Jo 1:3).

Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.” (Cl 1:15-17).

É preciso ressaltar que o Senhor Cristo Jesus não foi “criado” como as demais coisas, como nós mesmos. João não o coloca dentro da criação de Gn 1:1, mas além, no “princípio criativo” de Gn 1:1, Jesus já “era existente” e nEle, em Cristo todas as coisas passaram a existir (Jo 1:1-3; Cl 1:15-17).

João começa seu relato falando que “no princípio”, quando Deus “falou” e as coisas passaram a existir, agora está (ou esteve) pessoalmente diante de vocês de forma palpável em Jesus. Se ao longo dos anos esse “Verbo” nos foi sendo revelado em forma de mandamento e de princípios, pelos profetas da antiga aliança, agora nos foi revelado na pessoa do próprio Deus encarnado, o “Verbo”, sobre o qual vocês têm conhecimento e falam muito, está presente em Jesus com toda a sua verdade e graça:

O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 1:10-14).

, nestes últimos dias, (Deus) nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, …” (Hb 1:2-3b).

As promessas de Deus se cumprem nEle

Desta forma, o propósito do Evangelho segundo João, foi de relatar sobre a maior grandeza que existe no mundo, sobre aquilo que é a única magnitude realmente grande e importante, Jesus Cristo, seu viver, falar, atuar, sofrer, morrer e ressurgir. Por isso, João escreveu seu Evangelho para edificar a fé e a confiança em Jesus Cristo, de que Ele foi, humanamente falando, e é, divinamente falando, o Filho de Deus:

Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome“. (Jo 20:30-31).

Esta é a verdade a respeito do Senhor Jesus e o fundamento de toda Verdade revelada na Palavra de Deus. Se não acreditarmos nesta verdade básica, de que Cristo Jesus, enquanto homem, ou o Filho do Homem (Jo 1:51; 3:13; 5:27; 6:62), foi nosso Deus encarnado, não teremos a fé suficiente para lhe confiar nosso destino eterno. A Palavra, ou o “Verbo” é Cristo Jesus, e sua Palavra ou “Verbo” é o seu poder!

E minha pergunta para você hoje é: O que ELE, Cristo Jesus tem falado a você!? O que você tem ouvido do “inimigo” de sua alma? Ou, o que as circunstâncias têm falado com você?

A Palavra de Deus fala que:

Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio. (2 Co 1:20). (“Ele realiza e cumpre todas as promessas divinas, não importam quantas delas existam; e nós temos mostrado a todos como Ele é fiel, e com isto damos glória ao seu nome. 2 Co 1:20, Bíblia Viva).

Todas as promessas de Deus referentes ao Messias se cumpririam em Cristo (“mas foi Sim nele“). Se cumpriram gloriosamente em Jesus todas as promessas que Deus havia feito desde Gn 3.15, por isso, ELE tem agora a posição do “Filho glorificado”, ELE é o centro da ação divina (Jo 8:28; 12:23-34; 13:31-32). Isso nos garante que nEle, Cristo Jesus, Deus cumpre todas as suas promessas sem exceção, seja lá “quantas [forem] as promessas de Deus”, todas são e serão cumpridas “exclusivamente” nEle, Jesus! (2 Co 1:20).

É dEle a Palavra final

Se muitas (quase todas) das promessas de Deus no Antigo Testamento sobre a obra de Jesus se concretizaram (Lc 24:25-27;44-48), todas as demais ainda não cumpridas devem ser esperadas unicamente nEle, Jesus. Isso porque, grande parcela das promessas dos profetas, serão ainda cumpridas em definitivo quando o Senhor vir em Sua Glória (Jo 17:5,24; Ap 5:12-13; 22:7,12,20).

Então, quais as promessas que você tem, em Cristo Jesus para sua vida? Quais as circunstâncias que tem te afligido? Vou dizer algo e gostaria que você se lembra-se sempre disso:

Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança.” (Mt 8:26).

Se estamos com ELE, se Cristo Jesus for realmente o Senhor absoluto de nossa vida, a última Palavra será sempre dEle!

Os apóstolos João e Paulo afirmam que nEle, Cristo Jesus, está o começo de tudo. ELE é “a origem de todas as coisas”, que por meio dEle “tudo subsiste” (Jo 1:3,10; Cl 1:15-17).

Mas nEle também está “o fim de todas as coisas”, a consumação de tudo. Como falamos, nEle, Cristo Jesus, serão cumpridas definitivamente tudo, todas as promessas, quando ELE vir em glória:

Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22:13).

É interessante esta afirmação estar no último capítulo da Bíblia, sendo uma das últimas afirmações que o Senhor Jesus faz de si mesmo.

É como se ELE nos dissesse: “não importa a situação, a última Palavra é e será minha! (Ap 22:13-20).

 

Que possamos ter essa confiança, descansar nessa certeza e viver essa esperança!

 

Fiquem na Paz!

 

por Anderson Fazzion
WH Brasil

(O texto acima é baseado no livreto: “Jesus Tem a Última Palavra” de Ernesto Kraft, com compilações de comentários  bíblicos diversos usados em meditações diárias pessoais.)

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Premissas da guerra espiritual

PREMISSAS DA GUERRA ESPIRITUAL

“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.”
(Efésios 6:11-12)

Todos nós, cristãos que nos dispomos a viver não para nós mesmos, mas sim para aquele que morreu por nós (2 Co 5.15), entramos num âmbito de vida piedosa. Segundo 2 Tm 3.12, vamos ser afligidos, atribulados ou mesmo atacados pelo mundo e pelo Diabo.

A ignorância do tema de guerra espiritual, devido a certos exageros ou abordagem irresponsáveis de certas correntes denominacionais, é um extremo que pode nos impedir o sucesso no empenho de levar o Evangelho aos não alcançados, nos quais opera o príncipe da potestade do ar (Ef 2.2).

Então, devemos buscar o equilíbrio, mantendo sempre uma vida espiritual de acordo com o tipo de trabalho que fazemos. Um soldado não tem o mesmo preparo que tem um cidadão comum se falamos de prontidão para uma guerra.

A Grande Comissão é a tarefa suprema da igreja e, por isso, precisamos de uma investidura espiritual de acordo com a intensidade do encontro de poderes no qual estamos envolvidos nas regiões celestes, e a vitória só se alcança vestindo a Armadura através de vida de oração, jejum, e sobre todo com o conhecimento e práxis da Palavra de nosso Deus conforme declara Ef 6.10-18.

7 premissas básicas sobre guerra espiritual

“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.”
(Efésios 6:13)

(Ilustração de um legionário romano dos tempos da igreja primitiva)

Quando Paulo escreveu sua carta à igreja em Éfeso, ao falar da “armadura” ele tinha em mente um “soldado legionário romano“. Nos versículos 11 e 13 de Efésios 6, o original grego traduzido por “armadura” é “panóplia”, que significa “armadura inteira e completa”, que incluía: escudo, espada, lança, cinturão, capacete, peitoral (couraça), grevas (protetor de canela) e sandálias especiais (as cáligas tinham antiderrapantes – pregos ou tachões de ferro – no solado).

  1. Deus é soberano e nada ocorre debaixo do sol sem a autorização dEle, sendo que Ele mesmo sujeitou todas as coisas a Jesus e tudo está sob o poder de sua palavra (Jó 1.12; Mt 28.18; 1 Co 15.27s; Fp 2.9-11; Hb 1.3, 2.5,8);
  2. O ser humano recebeu a autoridade para governar sobre algumas coisas, incluindo sua própria vida através do livre arbítrio, e, portanto, pode abrir ou fechar portas as forças do mal ao deixar de seguir princípios divinos. Deus não pode quebrar Suas próprias regras, mas o homem sim, arcando com as consequências (Gn 1.27s, 9.1-3; Ec 10.8; 12.13-14; Is 46.9-10; Jó 42.2);

  3. Na Bíblia, Satanás é nosso acusador oficial, e se damos lugar ao pecado na nossa vida sofreremos as consequências. Ainda sem pecar ele nos acusa, então devemos procurar uma vida irrepreensível para que ele não tenha motivos para nos acusar. Nossa vida, então deve ser projetada para agradar a Deus, testemunho ao mundo e vergonha do inimigo (Ap 12.10; Zc 3.1; Mt 4.1-11; Jó 1.6-13; Tt 2.8);

  4. Deus tem designado anjos para nosso serviço ou auxilio na luta contra o reino das trevas, principalmente se vivemos como soldados na ofensiva da avançar o Reino de Deus (Hb 1.14; Sl 91.11). Além dos anjos, o Espírito Santo nos ajuda em nossas fraquezas, pois conforme a vontade de Deus intercede por nós (Rm 8.26-27);

  5. A luta principal do ser humano, com frequência, é contra sua própria carne, em segundo lugar com o mundo e em terceiro lugar com Satanás. Mas se um cristão está na linha de frente, como um missionário transcultural, é provável que se encontre diariamente exposto a confronto de poderes dos dois reinos (Tg 1.12-13; 1 Co 10.13; Ef 2.2);

  6. Satanás não pode tocar nem possuir um crente genuíno, mas pode oprimir, tentar, acusar ou peneirar com a autorização de Deus ou quando o crente abre brechas através do pecado (Rm 8.31; 1 Jo 5.18; Mt 16.23; 1 Cr 21.1; At 5.3);

  7. O uso da Palavra de Deus e a vida diária de acordo com ela são as principais armas desta luta, a oração devocional é um elemento tanto ofensivo como defensivo, sendo que a ignorância da Palavra pode abrir brechas, influência, tentação, e ainda opressão. A nossa condição de filhos não nos isenta das consequências da ignorância (Ef 6.10-18; Os 4.6).

Aquele que está assentado com Cristo nos lugares celestiais (Ef 2.6) e andando neste mundo tem de tomar uma posição contra as ciladas – os métodos ou estratagemas – do diabo. Ainda que Deus tenha providenciado para nós essa “armadura”, cada cristão, individualmente, tem a responsabilidade de vesti-la.

Por isso, Paulo escreveu aos cristãos de Éfeso – e a nós hoje – determinando: “revesti-vos de toda a armadura de Deus(Ef 6.11). Cada um de nós deve conscientemente se apropriar dessa “armadura” ou “poder” que o Senhor Jesus Cristo põe à nossa disposição para vencermos o Mal e o dia mau (Ef 6.12-13), e que o Senhor nos ajude nessa batalha!

Fiquem na Paz!

por Félix Cobos
Diretor da World Horizons Brasil

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Reflexões sobre uma espiritualidade saudável

Suicídio, Evangelho e saúde mental: reflexões sobre uma espiritualidade saudável.

“Pois a nossa alma está abatida até ao pó, e o nosso corpo, como que pegado no chão.”
(Salmos 44:25)

por Isabella Poppi Carvalho

 

Nos meus quase 9 anos como psicóloga clínica, atendi muitos cristãos, tementes a Deus, fiéis à Palavra, dispostos a viverem seus chamados, buscando de mente e coração uma vida que agrada ao Pai, e ainda assim, com a vida emocional em frangalhos. É claro que essa divisão é meramente didática já que, tanto a ciência quanto a Bíblia, deixam claro a relação existente entre corpo, alma e espírito. Dessa forma, a saúde da alma – emoções, pensamento e vontade, fala da saúde do espírito e do corpo, e vice versa.

O caos emocional é o sintoma de algo muito mais profundo e tem levado muitas pessoas, inclusive cristãos, a procurar no suicídio o alívio de suas dores, tão caladas, tão negligenciadas, tão indizíveis.

Segundo as estatísticas, atualmente acontecem por volta de 1 milhão de suicídios ao ano, aproximadamente 1 a cada 40 segundos, sendo predominante entre homens e na faixa etária entre 15 e 34 anos. 44% dos evangélicos acham que a decisão de tirar a própria vida é simplesmente egoísta e 48% acha que oração e estudo bíblico são suficientes para superar uma doença mental.

Se afunilarmos essas estatísticas para pastores brasileiros, vemos que 70%, veja bem, 70% luta contra depressão e 71% está num quadro de esgotamento. Em contrapartida, temos também que 70% não tem amigo próximo, 54% trabalha mais que 55h/semanais, 18% trabalha mais que 70h/semanais, 53% se sente despreparado para o ministério, 80% acredita que o ministério influenciou negativamente suas famílias.

Em 2019 muitos de nós fomos impactados com o suicídio de alguns pastores, dentre eles o pastor norte americano Jarrid Wilson, que deixou em suas redes sociais suas últimas palavras, dizendo:

Amar Jesus nem sempre cura pensamentos suicidas. Amar Jesus nem sempre cura depressão (….). Mas isso não significa que Jesus não nos oferece companhia e consolo”.

Ou com o depoimento de outro pastor dizendo:

Eu admito que nunca em toda a minha vida eu fiz algo tão esgotante e cansativo como pastorear (…). Como pastor posso dizer que a Igreja precisa urgentemente se preocupar com o descanso e a saúde dos seus pastores”.

Segundo Dr. Abner Morilha, em missionários transculturais brasileiros existe a prevalência de 29,4% de transtornos mentais comuns; 22,3% de transtornos depressivos; 51% de transtorno de ansiedade, sendo 35,5% com sintomatologia ansiosa moderada/grave; e 16,4% de Síndrome de Burnout. Os resultados da pesquisa feita apontam que a alta necessidade de cuidado para com esse público tornou-se critério de saúde pública.

A suficiência de Deus pode se manifestar por meio do cuidado oferecido por cada profissional da saúde.

Assim, fica evidente o crescente adoecimento de líderes, pastores e missionários e por isso, se faz necessária a conscientização de que todos nós podemos passar pelo vale da ideação suicida. Gosto de perguntar as pessoas algumas coisas que podem ser óbvias, como: cristão envelhece? Aposenta? Pode ter câncer? Já perdeu alguém importante? Pode ser rico ou pobre, adolescente, jovem ou idoso? Solteiro ou separado? A resposta óbvia é que sim, e todos esses são fatores de risco para o desenvolvimento de quadros mentais comuns que podem levar ao suicídio.

Por muitas vezes me peguei pensando no porquê muitos cristãos têm dificuldade de enxergar a importância do cuidado com a saúde mental e se sentem, muitas vezes, ameaçados ou parecem pensar que alguma indicação para tratamento psicológico ou psiquiátrico é quase equivalente a afirmar a insuficiência de Deus.

Tento não simplificar algo tão complexo com comparações mesquinhas, mas ainda não encontrei nada melhor do que pensar em algo como: “Deus não é suficiente para curar um diabético, ou estabilizar a pressão arterial de tantos crentes?”. É claro que é, mas ainda assim a procura por profissionais capacitados e o uso de medicações são necessários. Isso não é diferente quando se trata da saúde mental.

A suficiência de Deus pode se manifestar por meio do cuidado oferecido por cada profissional da saúde, assim como por pastores, missionários, amigos, a Bíblia e a natureza. É dEle que vem toda capacitação e é Ele que tece as nossas agendas oferecendo-nos a oportunidade de conhecer tantas outras pessoas. O amor entregue em cada bom tratamento prescrito vem da única fonte que temos, que é Jesus.

Penso que hoje, como cristã e profissional da saúde, a maior forma de prevenção contra o suicídio que posso fazer é oferecer informações úteis que confrontem tantos tabus ainda presentes no nosso meio. Se você tem passado por momentos assim, não pense que é menos crente (como se isso fosse possível né?), que simplesmente está “em pecado”, ou que precisa dar conta sozinho. E se você conhece alguém que está passando por isso, não coloque mais peso sobre essa pessoa.

Somos feitos de forma perfeita, com os seres biopsicossociais e espirituais, e por isso, precisamos aprender a nos cuidar de forma integral. Não pense você que por ter mais conhecimento teológico ou estar em outro país evangelizando, está fora das estatísticas. O cuidado de si é responsabilidade individual (não solitária) e precisa ser feito de forma intencional e integral.

Meu desejo é que essa leitura te aproxime de um Evangelho no qual encontramos também suavidade e leveza, abrigo em meio as tempestades.

No Ministério Oásis, um centro de aconselhamento cristão que sirvo, costumamos dizer que a causa do esgotamento não é o cuidar de outras pessoas, mas a falta do cuidado de si. Aprendemos isso com a nossa querida enfermeira e doutora Telma Elisa Carraro.

Aprenda a pedir ajuda e a receber o cuidado que você tanto oferece, faça algo que você gosta, como ver filmes, pescar ou dançar; encontre um amigo verdadeiro, você pode pedir isso ao nosso Pai; cuide de sua alimentação; não procrastine os seus exames de rotina ou o começo de alguma atividade física; priorize o seu tempo devocional e familiar; aprenda a administrar bem as suas finanças e procure ajuda profissional, caso seja necessário.

Se você leu essas dicas e pensou que não sabe como vai conseguir colocar isso na sua agenda, meu convite é para que você repense quais são as suas prioridades e se a forma que você tem utilizado o seu tempo reflete quais são os seus valores. Se você não sabe como fazer algum dos itens acima, procure quem sabe. Não fomos feitos para ser autossuficientes, mas a partir dos dons que recebemos do Pai, nos edificarmos mutuamente.

Meu desejo é que essa leitura te aproxime de um Evangelho no qual encontramos também suavidade e leveza, abrigo em meio as tempestades, acolhimento da dor e a certeza de que o cuidado de si é também uma forma de refletir o amor de Deus. Diante de tantas estatísticas alarmantes, uma me entristece e encoraja: 9 em 10 suicídios podem ser evitados. Isso pode se tornar realidade por meio da prevenção a partir de você!

Seguir mantendo a alma viva, sem perder o sentido do que se faz para o reino de Deus, requer alguns elementos saudáveis: nutrição relacional com Deus, a divisão de cargas com amigos e amigas, perceber-se como ovelha que precisa de pastor, não hesitar em procurar ajuda qualificada quando necessário (de Clarice e Cláudio Ebert, adaptado por mim).

Quando procurar ajuda profissional?

Se você sentir 4 ou mais desses sintomas por duas semanas, procure ajuda profissional imediatamente: isolamento, mudanças marcantes de hábitos, perda de interesse por atividades que gosta, descuido com a aparência, piora no desempenho escolar ou de trabalho; alterações de sono ou apetite e pensamentos recorrentes sobre o desejo de estar morto ou de desaparecer.

Isabella Poppi Carvalho, é psicóloga clínica e terapeuta familiar, especialista em Psicologia da Saúde, aluna do Seminário Teológico do Betel Brasileiro e EMDRista em formação. Participa do CIM-SP (AMTB), colaboradora com a elaboração de laudos psicológicos dos candidatos da APMT e da Frontiers, e com supervisão de casos na Missão Antioquia. Serve como terapeuta e nas áreas do louvor e Oásis filhos no Ministério Oásis, e é facilitadora no Celebrando Restauração da PIB Penha.